9 de fevereiro de 2014

A tarde ainda estava pelo meio  e Jon estava com os amigos no corredor da escola quando percebeu Alicia e o outro garoto que apenas conhecia de vista. Alguma coisa estava o incomodando, de qualquer maneira era apenas mais um dia na Fresno. Os alunos já começavam a limpar os armários que passaram o ano todo abarrotados de bugigangas e livros. Fresno fora reduzia drasticamente à poucos alunos que agora  estão de recuperação correndo atrás do que deixaram de fazer durante o ano, Fresno está aberta dia e noite para todos aqueles que queriam ter algo para os diferenciar do mundo.

 Fresno já foi o tipo de escola particular que apenas metidinhos estudavam, mas com as mudanças que Rose fez a cidade sofrer não sobrou qualquer prova da existência de uma Autumn ridícula que ligava para a aparência - como se ainda não ligasse-, os problemas da cidade pareciam nunca acabar então um decreto fez com que uma geração assumisse de cada vez, Rose Evengod está quase a meio século no comando de Autumn, alguns estavam conformados, mas outros (a juventude tinha direito de se manifestar) foram as ruas e fizeram este decreto ser queimado - literalmente -, as eleições começariam no ano seguinte. Eis um problema não citado: Autumn não tem um passado firmado, apenas relatos de velhos - com quase cem anos de idade - moradores que pensam serem vigiados pela prefeita. Talvez eles estejam certos, Evengod tem olhos em todos os lugares. Dizem tanta coisa sobre ela, talvez tenha saído dai o talvez envolvimento dela com os desaparecimentos. 

Enquanto o mundo corria fora das paredes da casa de quatro andares de Maxwell -o garoto que se encontrava sentando no chão à frente da porta desde que Rose saiu-, Jon se pergunta onde estaria Max, as vezes as noticias da pequena cidadezinha não chegava tão rápido assim ao ouvidos de todos. Durante uma das trocas de períodos Jon foi atrás de Alicia que estava com um sorriso bobo olhando para a sala de esgrima, de uma coisa Jon tinha certeza, Alex estava se exibindo, ao lado, escorado na parede e com cara de tédio, estava Leo brincando com um elástico. 

- Alicia? - Jon diz arqueando uma sobrancelha e levemente inclinando a cabeça para o lado. Alicia estava ocupada demais e nem notou, na verdade só foi Jon ter chegado perto que a porta da sala parecia ter simplesmente a engolido. Apenas Leo e Jon estavam no corredor, o suficiente para ser assustador. Por outro lado o elástico que estava na mão do garoto escapa e vai direto para um dos enfeites natalinos, Leo fica com cara de bobo quando nota a falta da ruiva.

-   É, Alicia? - Então Leo percebeu o outro ali. Os dois se olharam por alguns segundos, o suficiente para dar aquele ar de: diga alguma coisa. Leopoldy se inclinou para a porta e percebeu que a outra estava com a boca ocupada. Virou novamente o olhar para Jon e balançou a cabeça em negação, nem ele conseguia acreditar no que Alicia fazia as vezes. 

- Viu o Max? - Jon pergunta ainda estranhando a situação que Alicia sempre conseguia colocar os outros. Balanço a cabeça sabendo que o garoto a sua frente poderia saber saber alguma coisa sobre Max, mas uma coisa que Max não gostaria seria de saber é que Alicia encontrou um novo amiguinho para passar o tempo, Alicia por outro lado estava adorando tudo aquilo, antes da noite em que Alex e Amélia os encontraram no prédio abandonado Alex foi até Alicia enquanto ela ia para casa. Enquanto caminhavam trocaram informações e fins inúteis, mas a ruiva e sua boca extraordinariamente grande acabou por dar com a língua nos dentes e disse que mais tarde iria para o tal prédio abandonado perto do cemitério de indigentes. Logo o cachorrinho de Amélia e Ofélia tinha contado para um das loiras, bom, o final você já sabe.

  - Ele não apareceu na escola hoje. Pensamos que ele estava com o namorado. - Leo disse virando o olhar para dentro da sala, agora Alicia estava tendo "aulas" de como segurar um florete. Os dois garotos começaram a ouvir um gemido, logo em seguida alguns dos jovens que estavam na sala começaram a sair. Jon ficou ligeiramente desorientado eis então um barulho irritante que começou a ecoar nos corredores da escola.

- Tentei ligar pra ele. - Disse Jon assim que conseguiu ver Leo novamente. Leo balançou a cabeça pegando a mochila que estava no chão e tirou dela o celular de Max que o havia deixado na casa dele. Jon pegou assim que o outro lhe deu o celular, o suficiente para deixar os dois com algumas duvidas, uma delas é onde estaria o garoto de cabelos brancos.

- Eu até atenderia, mas não tinhas visto as notificações até pouco tempo. - Suspirou ele virando o olhar para a criatura que balançava a "loirice" de um lado para outro. Amélia vinha fumegando. Leo arregalou os olhos e deu algumas batidas na porta, mas parece que eles não tinham ouvido. Leo pediu pra Jon ficar na frente da porta.

- O que deve ter... - Foi o bastante, Jon não conseguiu terminar a frase foi empurrado para o lado assim que a loira chegou olhando-os tortos, Leo sentiu que teria de ir no enterro da melhor amiga. Amélia cravou a unha mais longa e grossa no peito de Leo. Ele sentiu o toque da garota em seu osso, saiu da frente assim que conseguiu desencravar uma unha que estava em seu peito.

Durante esse tempo, tempo o suficiente para que o grito de Amélia fosse ouvido por toda Fresno, também foi o tempo que levou para que a mão de Alicia saísse de dentro das calças de Alex, que por sua vez estava ocupado lambendo a orelha alheia. Jon e Leopoldy tentaram segurar a garota furiosa, mas não conseguiram. Aquilo perdeu a graça assim que Amélia deu um tapa em Alicia, a marca da mão da garota apareceu na hora. A ruiva revidou com um chute na canela dela, Alicia jogava futibol e tinha um pé que dizem ser do tipo "pesado." Foi o que bastou para começar a sair sangue após alguns segundos de arranhões e fios de cabelo sendo arrancados.  Alex começou a rir, Leo simplesmente começou a gritar com o outro dizendo algo como "por que diabos esta rindo?" e "faça algo," ele apenas ignorou, foi então que Leo se estressou e deu um soco na cara de Alex.

Engraçado como as coisas costumam funcionar em Fresno, pois Jon foi chamar algum responsável que estava na sala dos professores fumando um cigarro suspeito, demorou mais ou menos uns cinco minutos para que Marina, uma professora ligeiramente temida por parecer uma bruxa - coisa que não era meia mentira no final das contas. Marina tinha quase sessenta, cabelos loiros e com um olhar de mãe, o problema é que normalmente o olhar dela é o tipo de mãe que tem alguém provocando seu filho. O outro problema era esse, Alex. Filho dela. Quando chegou lá Alex continuava rindo enquanto terminava de aplicar um "mata leão" no garoto e as duas continuavam se matando.

Após alguns tentativas - a professora que ficou de olho roxo depois de um soco de Alicia, que estava mais para uma garota que acabou de sair da guerra do que para uma aluna quase exemplar, exemplo que serve para ambos, menos para Amélia já é muito ela saber o que era uma escola -  finalmente conseguiu desgrudar as duas. Marina não faria nada, na verdade só ficou irritada por daqui a pouco ter um olho azul mudando de coloração e ficando roxo. Alex estava com um ou dois arranhões e rindo, claro, Amélia foi junto com Alex para qualquer lugar, já a ruiva e Leo (que acordou alguns minutos depois) foram socorridos por Jon que os ajudou com o caminho que fizeram até a enfermaria.

O suficiente para uma tarde. 

6 de fevereiro de 2014

2

Dizem que a vida melhora depois dos dezesseis, na verdade antes disso é apenas uma fase à qual todos tem de passar. Era pensamentos do tipo que fazia Autumn uma cidadezinha mesquinha. Rose Evengod prometia tanta coisa, mas com o tempo até mesmo ela sabia que suas promessas seriam apenas de enfeitei pois as vezes prometemos coisas que não podemos realmente cumprir. Evengod tinha uma aparência assustadora,  um cabelo de coloração avermelhada, um lado de sua cabeça raspada e olhos que poderiam fazer qualquer um querer encontrar um dementador ou invés de querer-a encontrar em um beco mal iluminado.

 Senhora Evengod era mãe de duas garotas, uma mãe viúva que tinha lá sua meia idade, de problemas ela estava lotada, mas mal sabia ela que as coisas só estariam preste a congelar de vez.  Com a morte do marido, Rose simplesmente decidiu mudar de vida. O problema é que junto com sua mudança de vida percebeu algo de estranho no par de loiras que criava. Mas para infelicidade da garota as coisas não foram bem assim. Quando Evengod resolveu se eleger as duas logo se prontificaram para que a mãe delas tivesse as melhores marqueteiras, logo os ânimos se foram, perceberam que Rose não teria mais tempo para elas.

Rose Evengod estava em seu escritório sentada em uma poltrona ao lado do telefone a mais ou menos uma hora e alguma coisa enquanto esperava por uma ligação. Eleonor mandou uma mensagem para Rose entre as nove e dez da noite que dizia algo como: "ligarei mais tarde," o problema em questão é que a mulher em questão desapareceu neste período de tempo. Eleonor ligou e mandou mensagens para o filho mais novo, mas o garoto estava ocupado demais ignorando-a e indo em uma viagem que se lembraria para o resto da vida.  Mais tarde naquela noite o filho mais velho percebeu que a mãe não viria para casa.

Eram dez da manhã do dia seguinte quando Evengod bateu à porta dos Wachowicz's. Maxwell atendeu a porta, de inicio não percebeu que estava olhando para as costas magricelas e longas de Rose, mas assim que olhou um pouco mais para cima percebeu o cabelo realmente incomum. Sua primeira reação foi chamar a mãe, num grito falho pois o ar falto, a chamou. Henry foi trabalhar com esperança de quando chegasse encontrasse a mãe em casa, normalmente ela avisa quando não iria dormir em casa. Quando ouviu a voz do garoto a mulher se virou, aquele tipo de virada que se dá em filmes de terror, seus olhos viraram diretamente para ele. Sua sobrancelha desenhada a lápis tão fina que quase não dava para se ver foi arqueada. 

Max sentiu um arrepio gélido percorrer sua espinha, aquele olhar conseguia dar qualquer sensação para as pessoas menos de conforto ou felicidade, olhar cujo já foi tão belo que assustaria qualquer um que o visse na época em que estava casada. Incrível o que acontecimentos fazem com as pessoas. Por algum motivo, um motivo que até mesmo o garoto desconhece ele entendeu. Entendeu o que estava por vir, entendeu que no final do dia não existiria comida na mesa quando chegasse depois de uma visita ao seu melhor amigo. A pálida face de Rose desmotivou qualquer reação que não fosse um desgosto, mas as palavras tinham de ser dita por um dos dois. Max umedeceu os lábios e deu um breve sorriso. 

- Em que posso ajudar? - Sua voz saiu falha e aos poucos. Foi o suficiente para que o dementador desta história desse um sorriso sem dentes. Dizem que vampiros só podem entrar em sua casa se for convidado, o problema é que a mulher não era um vampiro e Max a convidou para entrar. Ela logo se leva a sala, sentou no sofá que ficava em frente a lareira que exalava calor de brasa da noite passada em que Henry esperava a mãe.  Em seu rosto a frieza emitida por um sorriso sem dentes continuava. 

- Aceita alguma coisa? - A voz de Max estava cada vez mais apavorada, não por já imaginar o assunto que seria tratado, mas sim pelo fato dela o encarar. A mulher pediu chá. Ele foi até a cozinha levou os dedos longos de magros até a chaleira. Abriu a tampa e deixou que a água enchesse até um ponto, depois ligou um dos bicos do fogão e colocou a água para ferver. Deixou a chaleira lá e seus passos o levaram para a sala que ficava do lado, encontrou Rose em pé olhando fotografias da família de Max, seus olhos estavam estreitos e de um modo diferente, não mais tão assustador. 

- Vai demorar um pouco. - Ele comentou com os olhos baixos desviando do olhar dela. Evengod balançou a cabeça. Max estava começando a ficar agoniado. Sua agonia podia ser ouvida cada vez que batia o pé no assoalho de madeira negra. Estava quase perguntando o que afinal ela queria ali, isso depois de uns três minutos no silêncio e a mania como ela pegava e colocava no lugar as fotografias.  Então ouviu o assobio da chaleira que o fez ficar levemente assustado. Voltou para a cozinha e abriu um dos armários pegando dois saquinhos de chá, quando se virou ela estava atrás dele. Para uma mulher "grande" Rose se movimentava silenciosamente. 

- De maça verde. Se tiver, claro. - Disse ela puxando uma cadeira e se sentando enquanto ainda ouvia o assobio da chaleira. Max respirou fundo e procurou entre os saquinhos o de maça, foi até o fogão e o desligou, pegou duas xícaras da pia e os levou até a mesa. Rose caminhou com os dedos pela toalha da mesa e pegou a xícara e o saquinho que estava do seu lado. Colocou o saquinho dentro da xícara e esperou por Max com um sorriso seco e estranhamente estranho. Ela agradece depois do garoto colocar a água em seu copo. Ele puxa uma cadeira e senta do outro lado da mesa. 

O sangue de Maxwell gelou assim que ela pegou o açucareiro, uma colherinha e começou a mexer o chá. Quando ela parou e virou o olhar para ele, qualquer coisa veio em sua mente, inclusive nada. 

3 de fevereiro de 2014

O caminho em suas variáveis acabou por ficar quieto e levemente constrangedor. A ruiva comia sozinha a caixa de pizza de chocolate com morangos enquanto fazia caras e bocas imaginando algumas coisas com Alex, o garoto sem camisa. Max olhou para a garota balançou a cabeça e virou o olhar para Jon que pegou em sua mão de surpresa. O garoto puxa-o e a outra continua andando, ao menos nem percebeu que eles estavam parados. Max ficou um pouco meio que sem saber oque fazer, foi quando Jon levou os lábios até os do garoto e os selou. 
- HENRY! - Gritou Alicia toda lambuzada. Foi enquanto que Alicia percebeu que ele estava olhando, ou melhor, prestando atenção no que acontecia alguns metros atrás dela. Ela cuspiu a pizza. - Henry. - Cerrou os dentes. Ela pula em sua frente, mandou beijo, fez estripe para o garoto e ele nem deu sinal. 
- Alicia. - O garoto arqueou uma sobrancelha com uma expressão séria no rosto. A garota ficou ligeiramente transtornada, algo ia ferrar com a noite dos seres que estavam andando tranquilamente pela rua. Foi então que Jon virou o olhar para o outro. Sentiu a garganta fechar e deu um sorriso cumprimentando o futuro cunhado. Henry balançou a cabeça, ajeitou o cabelo, olhou para o irmão. 
- Eu, sinceramente. - Ele fez uma pausa, o coração de Max, o garoto ainda estava virando para o irmão que era uns três anos mais velho que ele, mas com a cabeça mais feita do que um pinguim de geladeira. - Então. Não vai me apresentar. - Ele continuou, mas quase desabou. Passou a mão lentamente em seus fios descoloridos e se virou lentamente como se houvesse uma arma apontada para sua cabeça. E de certo modo tinha. As sobrancelhas grossas de Henry arquearam-se demonstrando um leve sorriso, coisa nem um pouco comum. 
- Jon, meu irmão, meu irmão, Henry. - Max balançou a cabeça. - Esse é meu irmão, Jon, e Henry, esse é Jon. - Deu um sorriso pressionando os lábios um contro o outro. Segurou a respiração enquanto via Alicia ainda limpando chocolate dos lábios. Foi então que ela salvo algumas vidas.
- Pizza, Henryzenho? - Ela piscou e ele olhou para caixa vazia. Ele sorriu. - Cê você pagar, aceito. - E mais uma vez o dia, digo, noite foi salva pela meninas super poderosas. Bom poderia dizer que as coisas foram realmente assim, mas na verdade... Aconteceu isso: 
- MAXWELL. - O berro de Henry deu eco e voltou ao ouvido do garoto. Max olhou sem muito o que dizer, pois saberia que a coisa seria ruim, muito ruim. Para começar estava descumprindo uma das regras de Leonora, a mãe dos garotos. Uma das regras era não estar na rua em plena meia noite, a outra, era não beijar rapazes no meio da rua. Alicia olhou para o amigo, Max ficou mais pálido que o normal, encarou Henry que apontava para o garoto entrar no carro. 
- Henry. - A ruiva tentou, só tentou. Jon estava desarmado, a garota olhou para os meninos ali e respirou fundo, rezou para que seu plano convencesse o cara de sobrancelhas grossas que conseguiu ampliar a voz horrivelmente.
Ela se jogou no chão. 
- Alicia, por favor. - Disse Max, lentamente soltando a mão de Jon, que não estava muito afim de deixar-o ir. - Acho que esta na hora de ter aquela conversa. - Ele continuou. 
- Acha? - Ele arqueia uma sobrancelha e da um risinho sínico. - Boa noite. - Complementou. Max entrou no carro um pouco desorientado, pensando no que teria de fazer para se livrar dessa. Henry entra logo depois, liga o carro e não diz uma só palavra, logo os dois estão longe. 

- Ele vai ficar bem. - Riu Alicia percebendo que a pizza já era. 
- É, deve ficar. Eu não deveria ter feito isso. - Murmurou Jon. 
- Você o ama. Dãr. Bora, quero outra pizza. - Ela riu e o pegou pela mão. 
- É eu amo ele. - Ele ri e sente arrastado rua abaixo. 

Henry no final das contas não encontrou a mãe em casa, Max deu um longo suspiro de alivio. As sobrancelhas grossas do irmão o assustaram e quando percebeu estava sendo berrado. Enquanto fingia ouvir o que acontecia seus pensamentos simplesmente viraram para o que tinha acontecido minutos antes. Alicia. Jon. O beijo. O aparecer daquelas coisas (Alex e Amélia) do nada. Após um longo tempo ali ouvindo deu por fim depois de meia hora o sofrimento com um simples: não quero te ver beijando garotos. Não que Max iria mesmo seguir a regra que acabou de ser imposta pelo irmão, mas de qualquer modo era bom sentir aquele gosto de: amanhã ainda haverá um amanhã. 
- Ele vai estar mesmo lá? - Disse Max inocentemente, Alicia o olhou deu um sorriso maldoso e acenou com a cabeça positivamente como se fosse verdade o que tinha dito, mas em uma grande variável ele realmente poderia estar lá, mas como a festa iria ocorrer em um cemitério no lado mais escuro do hospital as coisas estariam mais para uma festa satânica do que para realmente uma festa. Max não estava muito afim de ir, mas com a noticia de que seu talvez provável futuro namorado estivesse lá ela só queria ter certeza de que não iria acontecer nada... Com nenhuma outra pessoa. 

Era quase onze quando entraram nos terrenos do Saint Autumn. Não estava rolando música ou coisa parecida, apenas alguns jovens indo na mesma direção que eles e uma luz ao longe, perto da entrada do cemitério. Ela riu fingindo não ver a cara de Max que estava um tanto quanto desconfiado do que estava acontecendo. Caminharam mais um pouco, as coisas começaram a ficar mais animadas, a festa não era bem no cemitério era bem mais afastado do que imaginava. 

- Já volto. - Murmurou Alicia achando que era a coisa mais normal do mundo deixar o outro ali na porta de um prédio abandonado. Max olhou para Alicia querendo seguir-a, mas ele não o fez. Talvez pelo simples fato de estar tudo escuro e a única coisa que dava claridade ao lugar era algumas janelas que emitiam luz e um luar bonito, embora assustador. Enquanto ficava ali percebeu que não tinha mais ninguém. Nem mesmo uma viva, deu uns passos para frente olhando a trilha que tinham passado e um pouco, não muito distante o cemitério com alguns garotos e garotas bebendo. - Vou embora. - Murmurou enquanto pode, mas seu murmurio parece ter sido ouvido. Uma voz gritou para ele entrar. Era Alicia que estava com a cabeça para fora de uma janela que parecia estar no segundo andar, mas o lugar nem mesmo tinha um andar completo. Abriu a porta e deparou-se com algo que nunca imaginaria.

- Max.. - A voz de um garoto ecou pelo prédio, um sorriso torto e uma levada de mão até o cabelo fizeram-no avermelhar. Alicia estava sentada em uma cadeira em cima de uma mesa que estava em cima de alguma coisa encostada na parede, era alto muito alto. - Seus lábios.. - O garoto novamente voltou a falar, mas sua mão estava inquieta e a camisa curta deixou a mostra a cicatriz. Maxwell respirou fundo olhou torto para Alicia que ria feito uma boba, talvez fosse coisa dela mesmo, era óbvio que era coisa dela. Quando alguma coisa acontecer pode ter certeza que é apenas uma ou outra coisa dela.

O cenário era engraçado, um pouco empoeirado, velas acesas, uma mesa e em cima dela uma caixa de pizza de chocolate com morangos, coisas de Alicia na certa. O chão estava meio varrido, só meio pois alguns insetos andavam de um lado para outro. Ele riu, Max também. Os dois ficaram parados se olhando por um tempo, a garota desceu extraordinariamente de onde estava e começou a dizer algumas coisas doidas que garotas normalmente falam e no final disse como toda a enfase possível. - Não vou deixar-os sozinhos.

Ela pegou a mão de Max e o arrastou até Jon. - Temos uma hora para passarmos juntinhos. - Riu ela empurrando Max para cima de Jon. Era assim mesmo, as vezes insuportável, deveria ser por isso que ela estava daquele jeito, ela odeio esconder segredos dos amigos, ainda mais de Max e Leo, se bem alguns tipo a namorada que ela teve alguns meses atrás ninguém ficou sabendo. Como foi dito, coisas de Alicia.

- J...o...n.. - Gaguejou. Alicia se afastou enquanto via o amigo ficando literalmente roxo de vergonha. Ele novamente riu balançando a cabeça. - Para de morder seus lábios. - Disse J. entre um sorriso e um passo para frente. - ANDA LOGO COM ISSO ESTOU COM FOME. - Gritou Alicia já sentada em um dos bancos feitos de caixa que dava lugar a mesa para os três ali, digo, dois, mas como Alicia estava no meio, bom deu para entender. - Alicia. - Virou Jon pra ela estreitando os olhos e depois fazendo uma careta de quem estava apavorado e nem um pouco pronto para aquilo. E lá estavam os três, a ruiva, o futuro quase namorado e o garoto roxo.

- Acho que estou apaixonado. - Ele riu. - É eu sei. - Max disse. - Você não entendeu. Apaixonado por você. - Max ficou literalmente de boca aberta. Alicia deu um grito. Jon ficou com um sorriso bobo nos lábios esperando que Max disse alguma coisa, mas ele estava tão perplexo que nem mesmo se lembrou de respirar. Max arqueou um sorriso esbranquiçado no rosto o suficiente para que o ar que faltava voltasse. Ele não acreditava, não acreditava, até mesmo beliscou sua perna já que estava próxima de sua mão. Jon não sou o que fazer, até mesmo chegou a pensar que tinha se declarado pra nada.

- Realmente lindo tudo isso, mas isso é mesmo sério? - Riu Amélia enquanto batia lentamente palmas que ecoavam pelo cenário. Ela estava acompanhada de Alex um garoto branco de olhos negros meio aloirado. Era incrível como as pessoas conseguiam ser loiras por Autumn, provavelmente Alicia era a única ruiva da cidade, falando nisso ela estava com a boca melecada de chocolate e acabando de cuspir um morando quando viu Alex.

- Ofélia ou Amélia? - Disse Max. - Deve ser Amélia. - Respondeu Jon. Alicia limpou os lábios, depois os mordeu e quando viu estava tentando limpar-os novamente. Ela tinha um problema com garoto sem camisa, é Alex costumava andar sem camisa em um frio desses, dizem que ele não sentia dor ou temperatura, mas ele também não era o cara mais sociável do mundo. Quieto e com sobrancelhas grossas, cãozinho de Amélia e Ofélia.

- O que estão fazendo aqui? - Disse Amélia sem demora ajeitando o vestido preto e olhando para o bunda de Max que estava virada para ela. Ele jeitou a camisa e Jon levou os lábios até o ouvido dele. - Melhor irmos em bora. - Murmurou. Max olhou para Alicia que continuava quase que babando pelo outro. - Alicia. - Disse Max.

- Gostoso. - Disse ela. - Ruiva. - Disse Alex com um sorriso malicioso nos lábios já perto dela. Alicia olhou para Max que estava meio que sem reação com que a outra disse, os dois trocaram olhares e acabou que ela entendeu que estava na hora de dar uma escapada. - Okey. Chego por hoje. Vamos embora meninos. - Disse Alicia pegando a caixa de pizza e se levantando. Amélia olhou torto. Alicia acabou por trupicar em um alçapão. Amélia engoliu amigou até Alicia e a ajudou a levantar. Sorriu maldosamente.

- Cai fora. - Amélia apertou os dedos de Alicia. A ruiva sentiu que não estava sendo bem recebi e tirou os dedos da mão de Amélia foi até Max e Jon e disse algo para os dois e por final ela olhou para Alex e piscou, ele fez o mesmo, as Amélia se aproximou de Alex e o beijou cavando as unhas em suas bochechas.

- Foi um prazer. - Gritou Alicia já com os dois garotos bem longe dali.

1

Autumn uma pequena cidade situada ao norte do Canada nunca foi o tipo de cidade que merecia atenção. Conhecida por ter um dos mais belos campos de flores que sobrevivem ao inverno rigoroso que se estabelece todo ano. Durante o ano todo é tranquila, mas em épocas de eleições a cidade parece ganhar vida. Faltando alguns meses para o natal alguns lojistas já estavam se preparando para o evento que rende muito lucro. As folhas das arvores já começam a querer amarelar e a neve que não é muito comum nesta época da o ar de sua graça. Neste ano ocorreriam as eleições, duas grandes concorrentes estão batalhando assim por dizer para ter o controle da cidade que embora pequena consegue capitar uma boa renda todo ano. Por outro lado algumas pessoas ainda pensando em quem iriam votar neste ano começaram a fazer suas deliciosas guloseimas natalinas. Novamente as ruas se enchiam de aromas adocicados e de uma rivalidade desconhecida.

- Esta de sacanagem comigo né Mãe. Não vou usar essa coisa. - Resmungou e assim que sua mãe se distraiu tirou o casaco e pegou a mochila e saiu porta a fora. Maxwell era um garoto normal até então, mas sua mãe insistia em fazer-o de cobaia para suas loucuras de final de ano, neste ano por outro lado ela estava ajudando Rose Evengod que concorria para prefeita da pequena cidade. O casaco o qual o garoto jogou no sofá era chamativo demais, escrito em fonte rosa e grande; votem em Rose para Prefeita. Este ano por outro lado, Max teve sorte pois sua mãe estava ocupada demais para dar bola para o adolescente que só tinha ficado em uma matéria na escola e até o momento. Sua mãe de tão desligada nem estava "ligando" para o que acontecia em Fresno, a única instituição de ensino médio da pequena cidade de Autumn.

Durante o tempo que caminhou até chegar na metade do caminho deparou com Alicia, uma ruiva com sardinhas, e Leo, um garoto que tem tudo para ser popular e o chamado gostoso da escola, mas prefere ficar em casa do que ir em atividades extra curriculares. Alicia por um lado era o ser mais legal do mundo, mas quando três letras vem a frente de seu nome parecia ser uma bêbada desvairada com os fios de cobre da cabeça todos embaraçados. Olhou torto para Max que logo deu um breve sorriso, mas não adiantou muito, Leo deu um aviso com o olhar para ele, mas que de nada iria adiantar pois o trio se conhece desde pequenos e a pior coisa que poderia acontecer no dia era um deles ser jogado por uma das janelas de Fresno.

- Como assim Maxwell? Esta de sacanagem comigo né garoto. M-A-X! - A ruiva com intermináveis sardas começava o seu discurso no meio da aula de literatura. Teve um pouco de sorte pois o professor que estava ali parou e fez um discurso patético sobre o que eles queriam ali. Enquanto o discurso corri, Leo apenas fingia ler o livro que por sinal estava de cabeça para baixo. Max continuava desenhando com cabeça baixa nas ultimas folhas do caderno de matemática pois tinha esquecido em casa o caderno de literatura em cima do sofá enquanto corria de sua mãe. Alicia cerrou os dentes e assim que as ultimas palavras do professor foram ditas algo mais ou menos assim: "aqueles que não estão em recuperação ou não estão afim de ficar saiam." Ela fechou o caderno pesado sorriu e simplesmente se levantou. Após sair porta a fora começou a gritar no meio do corredor; -eu amo ele, e ele ama outro. O-U-T-R-O! -Ela tinha um pequeno problema, adorava soletras palavras. Eis então as três letrinha que estavam antes do nome de Alicia. T-P-M.

- Ela pirou de vez. - Murmurou Leo depois que a aula acabou. Os dois ao mesmo tempo olharam para os lados antes de sair da sala. Tiveram sorte desta vez pois ela resolveu ir embora. - Devemos ir atrás?- Max riu enquanto perguntava, e no final acabou que os dois foram para o próximo período.

Maxwell mais tarde naquele dia recebeu uma mensagem de sua mãe. Nela dizia o quão decepcionada ela estava por ele ter deixado o casaco horrível em casa. Tijolo, assim chamado por Max, foi jogado no sofá da casa de Leo. Os pais de Leopoldy eram os mais engraçado possíveis só que as piadas deles envolviam garotas e como tinham orgulho do filho pegador que tinham, coitados mal eles sabiam que ele era virgem e pretendia virar padre quando completasse vinte e um anos. Por incrível que pareça para dois adolescentes de dezessete anos cada estavam fazendo uma aposta boba de quando Alicia iria começar a atirar pedras na janelas do segundo andar. - Talvez ela nem apareça. Acho que o fora que ela levou do professor deve ter afetado você sabe o que dela. - Disse Leo inocentemente. Max continuou sentindo as vibrações de debaixo da almofada na qual eu celular estava socado. - Vou fugir de casa, Leo, não aguento essa mulher.- Ele ficou sério levou a mão até seus cabelos brancos e começou lentamente aos mexer. Leopoldy escreveu em uma plaquinha que iria junto com ele. Normalmente os pais de Leo estavam escutando por trás das portas e parecia que não existia privacidade na casa onde os dois estavam.

- Cinco. Quatro... - Alguém resmungava alto do outro lado da porta. Max correu até a porta e abriu-a, do outro lado estava Alicia, Leo sorriu sabendo que iria ganhar um sanduíche no Mcdonald's mais tarde. Depois que ruiva entrou Max percebeu uma sombra subindo a escadaria e logo fechou a porta. Revirou os olhos e suspirou como quem diz que esta afim de fazer alguma coisa com um doida de tpm.

- Tira essa coisa babona da minha frente. Referindo-se ao cachorro de Leo que estava dormindo no meio do tapete do quarto que mais parecia uma sala. Ela detestava cachorros e para variar também detestava qualquer coisa que se referia aos dois ali dentro. - Cade os pornos lésbicos que te dei de presente de natal do ano passado, Leo? - Ela riu maldosamente enquanto o garoto arregalava os olhos e se engasgava com a própria saliva. Enquanto isso ela estava revirando o armário do garoto atrás de alguma coisa. Max se escondeu no banheiro. - Aii! Isso, Leo. Gemeu a garota depois de bater com a porta do armário dele. Então ouvi-se um barulho da porta ela simplesmente corre até a porta do quarto e dá de cara com os pais de Leo. Da mesma maneira que ela abre ela também fecha, na cara deles.

- MAXWELL APRESENTE-SE.- Dito isso e ele aparece com cara de quem ia pular pela janela do banheiro. Ela sorri, ele se jogo do lado de Leo o olha com cara de quem não deveria ter deixado o demônio entrar no quarto. Onde está o sal e água benta uma hora dessas? - É o seguinte. - Começou ela com um sorriso adorável para cima dos dois. Entã estralou os dedos e eles sentiram a morte perto. - Vão dar uma festa no Saint Autumn. Revirou os olhos. - No cemitério. Duas coisas impossíveis em uma frase só. Uma festa em um hospital e no cemitério de indigentes dele. Max olhou torto para Leo que estava pensando porque diabos teria filmes pornos lésbicos, mas então percebeu que ela só estava brincando. Meio lerdo ele. - Festa? Suspirou ele desanimado. Ela novamente revirou os olhos e foi até a janela e abriu-a. O cachorro latiu. Ela olhou para o cão e depois para a janela e deu um sorriso tenebroso.

- FESTA! - Saltou Max do sofá para frente do cachorro. Agora era um pouco tarde, ela já tinha dado um ou dois para na direção do cachorro. Alicia estava mesmo de tpm das brabas pelo visto. Max balançou a cabeça levando o cachorro até a porta e o tirando do quarto enquanto podia salvar uma vida, mas por incrível que pareça os pais de Leo não estavam lá para os acudir. Ele virou-se para Alicia que sorriu balançando a cabeça. - Vá tomar um.. - Antes que ele pudesse terminar o a frase ela o interrompeu. - J. vai estar lá. Seu namoradinho ridículo que parece um modelo.

- Oukey. Agora chega. - Disse Max olhando com cara de desaprovação para Alicia, ela por outro lado estava o olhando como se estivesse querendo o fazer ir, mesmo que seja arrastado. Durante o tempo que se seguiu em um silêncio chato. Alicia começou a andar de um lado a outro. Ela gemeu, resmungou e quando percebeu estava pulando a janela do segundo andar com uma camiseta de rock de Leo e arrastando Max junto com ela. - Qual o problema de vocês? Existe porta sabia? - Reprovou a conduta dos dois, Max olhou e resmungou. - Qualquer coisa estamos dormindo aqui para estudar para provas. - Max pensou melhor e refez a o que tinha dito. - Qualquer coisa estamos estudando. Tranque a porta. - Deu um sorrisinho, piscou e desceu a escada de cordas que Leopoldy tinha desde criança.

- Droga!- Rangeu os dentes enquanto batia o pé na roda do pinel, Max a olhou. - Que foi agora? - Percebeu que ela tinha esquecido a chave dentro do carro e deu um sorriso aliviado por não precisar ir em uma festa em um cemitério. Estralou os dedos dando uma voltinha muito gay e começou a dar uns passos de volta a escada de cordas, mas ela o pegou pelo cabelo e o puxou. Ela a puxa por alguns centímetros para longe do quintal de Leopoldy. - Vamos a uma festa.

Embora contrariado e levemente surrado durante o caminho foram os dois, ela lentamente desfiando a camiseta de Leo e Max olhando para frente. Após alguns minutos andando chegaram até a parada de ônibus, embora Autumn fosse pequena ainda dava pra cansar indo de um lugar a outro caminhando.